segunda-feira, 30 de março de 2015

DE ITAÚ DE MINAS Á DELFINÓPOLIS

Mel ...acorda!!! Acorda bebê, temos que ir !!
 Eram 6:45 quando ouvi os primeiros passos e burburinhos fora da barraca ,alguns cachorros latiam,e passáros passavam cantando naquele céu azul de dia raiando...Ao abrir  o zíper da barraca, dei uns bocejos gostosos ,um espreguiço esfregando os olhos  e olhei p fora , avistei somente um carro que estava sem ocupantes.
Nesse momento queria deitar novamente e agarrar aquele corpinho quente que dormia como um anjo ao meu lado toda encolhida no saco de dormir.
Resmungando ela me olha e já pede : Suco mamãe, suco !!
Tive que dar um pulo e buscar a mochila de comida.

Em seguida se ouvia  passos na rampa lateral que descia p entrada do restaurante e o motorista daquele carro solitário no estacionamento surge meio espreitando  o que havia dentro da capri 2 surrada e já sem qualquer proteção de chuva.

Um senhor de uns 50 anos, alto e aparentemente bem simpático se aproximou  meio que entortando a boca e franzindo a testa e perguntou:
Ei, vc é cigana ? Daquelas que lê a mão e vai viajando por aí ?  Porque sabe, aqui de vez em quando aparecem um monte, mas sozinha como vc nunca vi.

Levanto umas das sobrancelhas olhando p ele ,com um leve sorriso e respondo que estava certo somente de eu viajar por ai , mas que ler mão era um dom que eu não tinha ( ainda).Perguntou onde eu ia e se já havia tomado café ,eu disse que acabava  de despertar e que iria p Cássia,a 40 km dali.

Ele então disse:
Desculpe, se vc não se sentir ofendida posso te dar o troco do meu café ?
Eu disse que não havia problema nenhum ,que eu aproveitaria p nosso café tbm, então ganhei umas moedas que somaram 3,25, e logo depois disse que podia nos deixar no trevo se quiséssemos, então fui ao banheiro escovar os dentes e trocar a Mel, entrei na lanchonete e comprei um pão de queijo p Mel ir degustando e seguimos 1 km até o trevo onde o Sr.Francisco nos deixou e seguiu.

Lá ficamos uns 30 min e parou uma van dos correiros, com o Sr.Oriel,um  tipo calmo,humilde e bem responsável.Ele estava indo justamente p mesma cidade que eu ,só que não diretamente, pois tinha entregas a fazer. Então fizemos um combinado.
Ele me deixaria na cidade de Cássia onde atravessaríamos de balsa, eu ficaria na padaria esperando ele ir na cidade vizinha chamada Capetinga fazer uma entrega e depois ele passava p nos pegar e seguir p  Delfinópolis,a Terra das cachoeiras.

Mistério desvendado !!

Estamos indo p COMPLEXO DO CLARO, uma propriedade que tem umas 7 cachoeiras dentro dela, p acampar e fazer um trilhas.Escolhi esta por ser mais próxima da cidade, porém existem outras que detalho abaixo.

Um pouco de Delfinópolis:

Município da comarca de Santa Rita de Cássia, nomeada Delfinópolis  em homenagem ao então governador do estado, Delfim Moreira da Costa Ribeiro em 1919.
Um dos locais com maior diversidade de paisagens do nosso país. Seus vales e serras formam incontáveis cenários de beleza única, repletos de cachoeiras, além do magnífico Lago da Represa Mascarenhas de Moraes (antiga Represa de Peixoto).

Delfinópolis conta com mais de 150 opções de cachoeiras espalhadas em meio a serras e vales, formando rios de águas cristalinas . As mais procuradas e famosas são a Cachoeira do Dr. Pinto, do Ézio, do Complexo do Claro, do Paraíso, estas são as mais próximas da cidade. Seguindo a estrada principal a Cachoeira do Luquinha e Lobão e o Paraíso Selvagem são convidativas a um mergulho revigorante, seguindo sentido Sul do Parque Nacional da Serra da Canastra, na Serra da Babilônia, localiza-se a Cachoeira da Maria Augusta, do Complexo do Vale do Céu e a do Quilombo. No Vale da Gurita encontram-se Cachoeiras belíssimas como a da Maria Concebida, conhecida como Maria das Águas Quentes, a do Zé Carlinho e a Cachoeira do Ouro.

 Todas estão em propriedade particular e oferecem suporte aos visitantes. Para o acesso as cachoeiras, Delfinópolis oferece diversas trilhas, nos mais variados níveis de dificuldade, um visual deslumbrante, que faz de Delfinópolis um Paraíso Ecológico. Uma das trilhas mais famosas e reconhecidas pelo GUIA QUATRO RODAS é a Trilha da Casinha Branca: são 10 km de caminhada pela Serra Preta, tendo como cenário de fundo a represa de Peixoto, tem em seu percurso as Cachoeiras do Complexo do Paraíso (Triângulo, Lambari, Borboleta, Coqueirinho, Paraíso, Vai Quem Pode), essa trilha é de dificuldade média.

Outras trilhas também são muito procuradas pelos turistas, como a do Pico Dois Irmãos, Chora Mulher, Roladouro, Galheiros, Chapadãozinho, Condomínio de Pedras. Uma dica para quem busca paz espiritual em contato com a natureza é a travessia para a Casca Das Anta à pé. São três dias de percurso por locais fascinantes. Para liberar a adrenalina, a cidade oferece áreas propicias para os esportes de aventura, como canyoning, trekking, mountain-bike, motocross, off- road e pesca esportiva. O município não possui Agência de Turismo para as Atividades de Turismo de Aventura, elas são realizadas por algumas pousadas. A recomendação é que sejam realizadas com segurança e responsabilidade.

Como podem ver tem inúmeros passeios,mas como estamos sem tempo fomos na mais próxima.
Sexta feira dia 27/3,temos compromisso ,então fizemos o Complexo do Claro em meio dia e começamos o retorno a São Paulo.









DE PIUMHI PARA ITAÚ DE MINAS ( Próximo destino ainda é mistério, rsrs )




Guilherme e Tio simpáticos









Ficamos ali no km 0 de São Roque de Minas por uns 25 min. Estava sol e até com um bom movimento diferente do  domingo e segunda onde as pistas eram desertas por causa das chuvas.
Eis que param Guilherme e seu tio param p nós  e nos levam até a entrada de Pimhui, no mesmo posto /restaurante que Fernando nos deixou na ida.

Muito simpáticos conversamos um pouco sobre nossas viagens , e a loucura da nossa vida...eles me acharam biruta só pode !
Tirei uma foto e segui p posto policial que havia na estrada. Fui conversar com uns policiais e eles me aconselharam ficar depois da lombada em frente a cabine deles, pois o pessoal passa devagar, mas não pode parar ali senão leva multa...rsrs.

Então depois de 15 min conseguimos carona com um casal, Cláudio e Regina, moradores da linda Capitólio . Me deixaram em outro posto onde até pediram p o frentista cuidar de nós e conseguir carona p gente seguir viagem.
Eu preferi ficar no acostamento,pois percebi que ali não parava muita gente p abastecer diante do preço alto da gasolina.

Depois de uns 40 min parou o Darlan que me deixou em Passos. O que dizer deste moço ?
Preocupado e atencioso, nos ofereceu até  ficar no hotel que ele iria dormir ao lado do posto que nos deixou. Eram mais ou menos  umas 19 hs e eu estava bem otimista  de conseguir carona noturna.

Nós caroneiros sempre baixamos acampamento com o pôr do sol, mas eu queria adiantar umas cidades e chegar pelo menos em Itaú de Minas pela manhã então atravessei a rua e fiquei na frente de uma concessionaria Ford.

Ali passavam muito ônibus de turismo, caminhões e carros. Fiquei uns 20 min num ponto e nada , então caminhei um pouco mais p frente  e presenciei uma cena um tanto estranha.
Uma moça saiu da concessionária, olhou p nós na calçada pedindo carona, e deu a volta por trás do carro p entrar nele, segurando a bolsa firmemente e ao entrar,ficou olhando de canto com uma cara de espanto, parecia com medo de eu fazer algo á ela. Infelizmente têm pessoas que ao nos ver na estrada e passam por nós já pensando besteiras e nem querem saber dos nossos motivos, quem somos , p onde vamos ..

Mas felizmente em contrapartida tem outras pessoas que fazem questão de parar e ajudar nem que seja um pouquinho.
Assim foi 10 min depois da moça ir embora. Nós saímos daquele ponto e afastamos mais a frente e um motoqueiro apareceu do nada e parou na nossa frente.

Ele tirou o capacete e falou : Moça, p vc pegar carona é melhor depois do viaduto ,lá tem lombada e tem uma blitz da policia ,então o pessoal que tá indo a milhão aqui, vai ser obrigado a parar quando ver eles, rsrs.

Bom, como aqui é tranquilo, posso te deixar ali na frente embaixo do viaduto e vc só segue uns 100 metros e chega na lombada.
Subimos na moto. Segunda carona de moto da vida, a primeira foi em Punta del Diablo no uruguay. Mas essa foi bem tranquila em relação a do uruguay . Ele nos desejou sorte e nem deu tempo de saber seu nome...mas agradeci muito pela preocupação já que ele falou que onde eu estava era ponto de travesti, sorte que naquela hora não havia nenhum por lá, rsrs.

Caminhamos até a Blitz policial e perguntei a um dos guardas se ali era muito dificil conseguir carona aquela hora e ele se espantou ao vernos sozinhas.
O companheiro disse : vcs viajam sozinhas ? não tem marido, namorado , um homem p proteger vcs ? Eu confesso que ri na hora ,como se eu precisasse de alguém p me defender de algo na estrada, mas e que o comentário dele me fez parecer uma taça de cristal, sensível e eu achei engraçado.

Bom, o primeiro guarda foi super atencioso, e brincou com a Mel  o tempo que estávamos lá e o outro disse : olha, tem um bus que passa aqui as 20:30 e vai p Itaú de Minas, só que já está atrasado ,posso até parar ele e pedir p levar vcs, mas não posso abrigar a isso, pois é responsabilidade do motorista depois e eles tem muito medo de acidente e tal e depois acontece algo ter que responder processo por dar carona.

Mas se te ajuda podemos fazer isso ou vc pode ficar ali na lombada mesmo, e abordar quem diminui a velocidade evitando a gente. Falou rindo!! rsrs

Então eu fui p Lombada, fiquei uns  5 min e logo apareceu o (      ),Um fotógrafo  muito gente boa que nos deixou em um posto em Itaú de Minas  ,na verdade ia nos deixar na saída p Cássia, mas estava muito escuro ,então como consegui adiantar um pouco o percurso ,ele voltou e no deixou num posto de gasolina 24 hs. De lá seguiu p sua casa e eu fui tentar mais caronas no posto.

Conversei com alguns frentistas e consegui uma carona p Cássia, mas o problema é que chegaria lá umas  meia noite , no escuro,num trevo ,onde não saberia onde buscar lugar p dormir.Então dispensei o rapaz da entrega de remédios que nos levaria e decidi passar a noite ali  mesmo.

Entrei no restaurante e fui buscar tomada p carregar o celular e tentar um wifi p atualizar as pessoas do nosso paradeiro.
O Dono foi bem atencioso ,nos cedeu  o Wifi e fez uma mini marmita p nós. Ficamos um tempo nas mesas da lanchonete vendo tv e passando o tempo ,já que ainda eram 21 hs.
Logo quem entra na lanchonete p jantar ? Os policiais de Pimhui. Vieram em nossa direção saber se estávamos bem e se íamos ficar por ali. Respondi que sim e perguntaram se precisava de algo, eu disse que nao, obrigada e foram embora desejando sorte p nós.

O frentista disse que podíamos armar a barraca na grama próximo ao lava rápido , mas não achei um bom lugar. Nunca vi tanto cachorro junto num posto só , devia ter  uns 15, e não é exagero.
Estavam todos nos seguindo e  latindo. E não conseguia armar a barraca que eles vinham rosnar p nós,rsrs.

Então procuramos outro local. Na parte de trás do restaurante havia um outro estacionamento ,de cascalho no chão, mas achamos um espaço sem pedras que cabia a barraca certinha e lá ficamos.
Armei a barraca, e Dona Melissa mais que depressa se jogou no saco de dormir e depois de 5 minutos dormiu.

Eu aproveitei e fiz o mesmo, já que o outro dia seria corrido tbm, aliás ,ainda não falei p onde estamos indo... Na outra postagem eu falo .

Surpresa !!!!




Pôr do sol lindo



























Nosso acampamento no posto

Melzinha se preparando p naná

Despertando no outro dia...

domingo, 29 de março de 2015

PARQUE NACIONAL DA SERRA DA CANASTRA/ CACHOEIRA CASCA D'ANTA

Caminhamos uns 3 km e do nada apareceu um caminhão de fertilizantes indo p uma fazenda. Pedi carona e logo o 3º ajudante desceu p dar espaço p nós subirmos e foi lá p carroceria, eu até disse que podíamos ir lá atrás já lembrando de como fizemos isso muitas vezes com a companhia de outros amigos em uma viagem coletiva,mas não teve jeito, fizeram questão de irmos na frente.

Fomos conversando e eles fazendo as perguntas de sempre,dizendo que eu estava animada em fazer aquele percurso e era doida...rsrs.
Me deixaram uns 12 km a frente e daí seguimos a pé.
A estrada estava com lama ,as árvores altas faziam sombra e algumas poças dágua refletiam folhas nelas...todo percurso era mato, e de  vez enquando alguma casa ,fazenda ou pousada no caminho.

Estava começando a  esquentar e tirei uma blusa  ficando só de segunda pele.Melissa estava tranquila, deitada em meu peito observando tudo e escutando os passarinhos,vacas mugindo e barulho de trator ou algum outro equipamento ligado .

Paramos no caminho p tirar uma foto ,( a da estrada vazia ),e fiquei pensando na possibilidade de aparecer uma onça ali, pois ouvi todos dizerem que há lobos guarás e onça naquela região. Fiquei á espreita de qualquer movimento e barulho. A cada passo dado olhava p trás p ver se nada nos seguia pela mata. Uma neurose estava quase me consumindo quando ouvi uma buzina e pensei: Salvação ! Alguém p nos dar carona.

Mas era somente o caminhão anterior pedindo p esperar pois havíamos esquecido nossa marmita no caminhão e eles foram devolver. Ficaram preocupados de não termos nada p comer e foram atrás. Agradeci muito e se foram.

Eu continuei andando....e o dia foi melhorando...e o sol surgindo meio tímido, mas estava abafado e meu andar estava lento perante 25 kg de mochila e Melissa .
Comecei a suar muito e parei p beber água. Abri o guarda chuva e achei um compartimento na mochila que dava p encaixar o cabo sem eu precisar ficar segurando e aí continuaria com as mãos livres.

Andei...andei e andei...cerca de  6 km ; de repente ouvi um barulho de motor se aproximando e eram dois senhorzinhos num Uno velho, dei sinal p parar e pedi carona .
Um deles  saiu p eu subir atrás e fomos conversando  e eles dizendo que ainda faltava muito p eu chegar e p tomar cuidado com as onças. Eu já estava preocupada com isso desde lá atrás e eles me deixaram mais apreensiva, mas segui mesmo assim.

Me deixaram bem na entrada da trilha que vai ao parque, dalí seriam mais  8 km.
Caminhei uns 2 km e logo apareceu uma daquelas caminhonetes tipo Ranger cabine dupla. Eu disse que queria ir até a cachoeira e eles disseram : Sobe aí, tbm vamos p lá.

Eram 4 os ocupantes do veículo : Zeca o motorista, Denílson,Lúcio e sr.Joaquin.
Eu disse : Nossa, quanta sorte a nossa de encontrar vcs indo p mesmo lugar.E aí o Zeca contou que os 4 eram funcionários do parque.
O universo não poderia ter feito melhor !

Chegamos na entrada do parque e eles perguntaram quanto tempo eu ainda iria continuar por lá, pois se eu quisesse carona de volta á cidade estava garantido. Eram 11 da  manhã e eles voltariam  as 14 hs. Então paguei a taxa de conservação de 8,00 reais e entrei.

Peguei a mochila menor e coloquei tudo que eu precisava,inclusive a marmita p almoçarmos no caminho,roupa de banho p ir na cachoeira,câmera e toalha.
A trilha até a cachoeira é de 1 km dentro do parque com estrutura p pic nic,banho de rio, banheiro,pia,mas é proibido acampar infelizmente.

Muita diversidade de plantas e pássaros,um paraíso p biólogos e amantes da natureza.Em todo percurso se ouvia o barulho da água e íamos seguindo ao curso do rio,ao longe dava p ver a Casca Danta .
Bem sinalizada,continuamos a caminhada e na primeira parada havia um quiosque para lanche e banheiro,com trilha p o rio . Fiz umas fotos e seguimos a trilha . Na metade do caminho já tem um pequeno mirante que se vê a cachoeira e seguimos a trilha.
Chegamos !

Nos  molhamos toda faltando uns  300 metros pois estava com ventos fortes formando um chuveirão. Fiz umas fotos e vídeos  com cuidado p não danificar a câmera e nos abrigamos atrás de umas pedras e árvores. Fiquei contemplando aquela maravilha imponente durante um tempo e pensando em tudo que passamos no caminho p estar ali.

Em todos perrengues, nas caronas inesperadas, ajuda de desconhecidos, sol, chuva,vento,frio,cansaço,pressão psicológica,incertezas e aquela vontade de sempre seguir e não voltar. Vontade essa que me consome a  cada dia e "um dia" sei que não vou mais conseguir me conter e tomarei o "mundo" como minha casa.
Viajo com pensamento sempre positivo, confio nas pessoas e isso me faz seguir bem e sem medo, a não ser de onças.rsrs

Agradeço muito cada lugar que chego bem ,cada ajuda e alimento que recebo.Dou valor a esses momentos e as pessoas que encontro,cada uma delas tem sua história de vida e na maioria das vezes não é muito boa, cada uma com sua tristeza e dificuldade, mais percebi que todos com muita fé e esperança de uma vida melhor. E assim sigo com essa mala de experiências alheias ,com o mesmo sorriso no rosto daquele senhor que parou só p dizer: Ô menina, tu é muito da corajosa p sair de São Paulo e vir parar aqui no meio desse mato com essa criança;Eu que moro aqui tô cansado  só de pensar o tanto que tu andou... rsrs.

Depois disso comecei a voltar p chegar na primeira parada e almoçar.
O caminhon de volta é mais rápido, como dizem " p descer todo santo ajuda ".
Chegamos na área de pic nic e estendemos nossa toalha /canga. Peguei nossa marmita e almoçamos com uma vista privilegiada p cachoeira a nossa frente como despedida  e recompensa da nossa longa caminhada.

Nesse momento me senti a mulher mais "foda" do mundo.
Sair de São Paulo não é coisa simples, os caroneiros sabem bem como é complicado pegar carona na cidade e como as pessoas da capital são desconfiadas e indiferentes. Mas felizmente ainda existem pessoas de bom coração que ajudam sem medir esforços.

Voltei do meu momento" sou mais eu ", e tirei mais fotos, pois como deu p perceber amo ,é uma terapia p mim, me faz feliz. Desci até o rio e fiquei lá um pouco sentada,admirando pela última vez todo aquele presente dos Deuses. Melissa estava ao lado toda boba vendo a água correndo e as vezes chegava uma nuvem de água vinda da cachoeira levada pelo vento e melissa dizia: Chuva mamãe, chuva !!!!

Estava feliz , mas agoniada pela insistência de alguns mosquitos moradores da beira da correnteza. Tirei as botas e queria entrar, mas a Mel não queria, a água estava fria demais p ela mesmo.
Eu andei um pouco sobre umas pedras até o meio e fechei os olhos por um instante novamente agradecendo tudo aquilo .Fui interrompida por um grito  da Mel  dizendo : umiga,umiga ( Formiga ), mas não era...era mais mosquitos, beronhas, borrachudos ,paquitas.

Então fui a seu socorro. Vesti as botas e subimos p área de pic nic novamente. Juntei minhas coisas, fiz a sacolinha de lixo e Melissa jogou no  latão de orgânico, ( ela adora fazer isso ).
Depois voltamos p portaria p esperar nossa carona.
O guarda nos deu laranjas e uma faquinha,comi duas na hora e descasquei outra e guardei p depois. Em seguida o rapaz da recepção veio com 10 reais e me deu ,disse que era a entrada que eu tinha pago, que não precisava,eu agradeci muito,pois seria um dinheiro p usar em emergências.

Melissa entrou na recepção, foi atrás do Sr.Joaquin, o vovô... sentou ao lado e ficou vendo tv com eles toda inturmada. Logo se prepararam p partimos todos . Agradeci a todos que ficaram no parque e me despedi.

Partimos  rumo a São Roque de Minas onde eu voltaria p Pimhui. Me deixaram na rotatória ,nos despedimos mais uma vez  e foram.
Eu abri o guarda chuvas amigo p nos protegermos do sol enquanto o próximo anjo não chegava p nos resgatar.












































NOSSA NOITE EM VARGEM BONITA /MG ( Quarta parte )

Na postagem anterior dizia que fomos convidadas por nossa carona a passar a noite em sua casa.

Cleuton nos levou p uma casa que ele apontou acima do morro e ao chegar lembrei muito da minha infância.Cresci numa casa grande ,com bichos , plantas e árvores frutíferas.
No fundo havia um pequeno curral com cavalos ,bois, vacas, muitas galinhas e 8 cachorros e um gato.

Ao redor da casa havia pés de laranja, mexerica,limão e acerola.
Além do imenso sobe e desce de montanhas, animais,cheiro de chuva,a hospitalidade de nosso anfitrião superou qualquer expectativa de viagem.

Assim que chegamos ele disse p ficarmos á vontade, que a casa estava bagunçada porque estava reformando p chegada da sua futura esposa. Vai casar em maio e está arrumando tudo p ela.
Fiz essa casa porque pensei que ia ficar sempre sozinho, então fiz de qualquer jeito,mas agora tenho que deixar bonita p minha noiva,Disse ele.

A casa era grande, com 2 quartos enormes todo mobiliado, 2 salas,2 banheiros ,uma copa e cozinha grandes com fogão de lenha.


Nossa recepção



Moradores 

Cleuton alimentando as galinhas.

Pé da Serra Da Canastra ao fundo


Visita p dar sorte




Uma das janelas dava p varanda,onde seria posta uma rede preguiçosa perfeita p aproveitar tardes chuvosas como aquela.
Na janela oposta ao grande fogão de lenha sem uso no momento avistavamos muitas montanhas, inclusive dava p ver o pézinho da Serra da Canastra, nosso destino alcansável.

Ele nos levou p um quarto e abriu as janelas p sair o cheiro de tinta e trocou a roupa de cama . Deitei Melissa na cama, e tirei seus sapatinhos sujos da estrada ,pois ela tbm anda em certos pontos, não a carrego todo momento no baby bag para não se tornar uma criança dengosinha de colo de mamãe...p isso tem hora ! rsrs

Logo, tirei tudo de dentro da mochila e separei roupas p trocarmos após o banho.
Ah!! o que falar de um delicioso banho quente após um dia e meio nas estradas ? perfeito!

Meu cabelo estava duro e empoeirado, desodorante vencido, terra embaixo das unhas já com esmalte lascado .Dentro da blusa sentia migalhas de bolacha água e sal pinicando ,protetor solar escorrendo no rosto suado enquanto Melissa desajeitada em meu baby bag pedia p descer e ir ao encontro de um gato manso que apareceu na cozinha em busca de algo que teria em minha mochila despertando seu olfato.

Brincou um pouco com o bichano e logo fomos ao banho.Mel nem queria sair do banho e ficou chorando uns 5 minutos querendo brincar de ensaboar ,enquanto eu saía revigorada e querendo esticar pelo menos por uns 10 minutos minha carcaça cansada na cama fofinha que estava me esperando.

Mas quando botei meu pé fora do banheiro,Cleuton disse:
Estou preparando a janta, espero que gostem de arroz com cenoura e calabresa,mas se quiser tenho pizza, milanesas, salsichas, frango, peixe,carne ,tudo ali congelado mostrando o freezer daqueles de sorveteria enorme...Abriu p mostrar e estava abarrotado de coisas.

Disse que recebe a visita dos amigos,e que a casa sempre estava cheia,que trazem coisas e sempre sobra.
Respondi que estava ótimo , ofereci ajuda ,mas ele disse que estava quase pronto .
Tirou um guaraná da geladeira e me serviu enquanto a calabresa fritava.
Naquele momento fiquei pensando como o mundo é bom, e quantas pessoas maravilhosas encontramos no nosso caminho .Eu 1 hora atrás não sabia nem onde iria dormir, e alí já tinha cama quente, banho e janta oferecidas por um desconhecido que me deu carona numa estrada deserta de Minas Gerais.

Comida pronta, fiz meu prato e comecei dar p Mel primeiro ,pois ela é bem chatinha p comer, e ela comeu bem e fiquei feliz por isso. Realmente o moço já podia casar, pois a janta estava muito boa. Agradeci demais a gentileza e depois de lavar a louça pedi p retira -me e descansar um pouco apesar de estar cedo.

Umas 18 hs ele disse que iria sair ,mas que podíamos ficar a vontade,falou que iria numa fazenda próxima fazer algo que talvez eu não apreciasse.Perguntei o que era e ele disse que iria castrar um cavalo;na hora disse que queria ir junto,pois nunca vi algo parecido e ele achou legal eu não ter frescura,rsrs.

Chegamos na fazenda e o cavalo já estava a sua espera. O fazendeiro amigo e seus filhos e funcionários ajudaram na derruba do cavalo. E começou o procedimento ; deu um pouco de dó do animal, é bastante invasivo e perigoso já que o índice de óbito por tétanos era grande. Depois deram os antibióticos, antinflamatórios e colocaram o cho p andar, exercitar p fortalecer e recuperar logo. Era uma vez um cavalinho que faria cavalinhos....pois ele era bem novo tbm.
Depois voltamos p casa , e fui descansar.
Enquanto carregava o celular eu via as fotos na câmera e deletava as ruins p ter espaço p outras.
Dormimos ! E muito bem. Acordamos as 7 horas com o Cleuton pedindo desculpas de nos chamar tão cedo, mas o amigo pedreiro iria passar bem na frente da entrada da estrada que dá acesso ao Parque Nacional da Serra da Canastra onde estávamos indo ,então levantei, escovei os dentes, fiz a mochila, acordei a Mel, e fomos tomar café que ele já havia feito e nos esperava com um bolo de fubá e pães doces com côco.

Ele teve que sair mais cedo p trabalhar em uma fazenda próxima ,então nos despedimos ,lhe desejei muita boa sorte e felicidades no futuro casamento e ele falou p voltarmos com mais tempo em outro dia e procurar por ele.
Se foi. Nós pegamos nossas coisas, ainda dei uma geral na casa p ver se havia esquecido algo e seguimos com seu amigo Fábio p estrada.

Descemos do veículo bem em frente a placa de indicação p cachoeira dentro do parque e aí começou nossa saga.
Era uma terça feira, e no site diz que o parque abre de quarta a segunda. Não sabíamos se conseguiria entrar, mas arriscamos pois não tinha onde ir mais naquela cidade pequena.
Na placa dizia 22 km até a cachoeira, mas eram 22 km até o povoado de Barreiro e depois mais 8 km p a entrada do parque onde fica a cachoeira casca danta.
Iniciamos a trilha .











Continua...